Infografia: A Origem do Vinho

A origem do vinho remonta às próprias origens da civilização. Com efeito, desde a fermentação acidental das uvas selvagens até à produção sistemática e sofisticada em adegas, o vinho tem acompanhado fielmente a evolução social, religiosa e tecnológica da humanidade.

Cáucaso e Médio Oriente: A Domesticação da Vinha (10.000–8000 a.C.)

A domesticação das videiras parece ter começado durante a transição das sociedades nómadas para as sociedades agrícolas. Os primeiros humanos, provavelmente atraídos pelo sabor doce das uvas selvagens, descobriram que o seu sumo fermentava de forma natural. O desenvolvimento de recipientes de barro no Neolítico facilitou este processo e possibilitou uma fermentação mais controlada.

China: As Bebidas Fermentadas Mais Antigas (7000 a.C.)

Na China, os arqueólogos encontraram evidências da primeira bebida fermentada feita de mel, arroz e frutas. Embora esta não fosse uma bebida à base de uvas, tal descoberta assinala o primeiro uso conhecido de processos de fermentação alcoólica. O sítio de Jiahu, na província de Henan, forneceu vestígios que testemunham a complexidade e intencionalidade na produção destas bebidas.

Geórgia: O Berço do Vinho (6000 a.C.)

Os vestígios mais antigos de vinho proveniente de uvas cultivadas surgiram na atual Geórgia. Jarras de barro conhecidas como ‘kvevris’ continham resíduos de ácido tartárico, um marcador químico da fermentação de uvas. Este processo rudimentar iniciou a longa tradição vinícola na região do Cáucaso.

Irão: A Preservação do Vinho com Resina de Pinho (5000 a.C.)

Há 7000 anos atrás, o vinho persa começou a ser preservado através da resina de pinho. Esta técnica é ainda hoje usada no moderno retsina grego. Os traços arqueológicos foram encontrados em jarros antigos de Hajji Firuz Tepe, no Irão ocidental, com sinais claros de conservação do vinho. Isto sinalizou um avanço importante na durabilidade da bebida.

Macedónia: As Primeiros Prensas de Uvas (4500 a.C.)

Foram aqui encontrados vestígios de uvas prensadas com vista à sua fermentação. A Grécia antiga (onde se incluía a atual Macedónia) era um centro fundamental de cultivo da vinha e produção de vinho. Os gregos elevaram a bebida a um símbolo cultural e religioso através do culto a Dionísio, deus do vinho e do êxtase.

Arménia: A Primeira Adega (4100 a.C.)

Em 2007, os arqueólogos descobriram a primeira adega conhecida na caverna arménia de Areni-1. O local continha prensas rudimentares para esmagar uvas e ânforas de fermentação, assim como taças e sementes de Vitis vinifera sylvestris (a antecessora das vinhas modernas). Esta descoberta sugere que a tecnologia vinícola já estava bem desenvolvida nesta época. Como destacou o arqueólogo Patrick McGovern:

"A sofisticação deste processo em 4000 a.C. indica que a produção de vinho remonta a milhares de anos antes."

Sicília: A Produção no Mediterrâneo (4000 a.C.)

A ilha siciliana foi o local onde o vinho começou a ser produzido na geografia do Mediterrâneo. Os sicilianos antigos tiraram vantagem do clima favorável e das uvas selvagens da região. Estes primórdios marcaram o início do papel basilar do vinho na cultura, sociedade e economia da Idade Antiga.

Estes foram apenas os primórdios da origem do vinho. Da Sicília, a produção de vinho acabou por se disseminar pelo Mar Mediterrâneo e daí para o mundo inteiro. Mas isso é outra história…