A infografia acima ilustra as características gerais do terroir da Região Demarcada do Dão. Esta região possui um terroir notável onde o clima temperado, os solos de granito e as paisagens montanhosas convergem para criar alguns dos vinhos mais distintivos do país.
Protegida por serras altaneiras, esta área planáltica de altitude beneficia de uma proteção natural contra os ventos atlânticos e as intensas influências continentais.
O clima conjuga verões quentes e secos com invernos frios e chuvosos, recaindo na classificação climática Csb de Köppen-Geiger. As amplas variações térmicas resultantes (e especialmente as noites frescas), ajudam a preservar a complexidade aromática dos vinhos e a evitar a sobrematuração das uvas.
Os solos da região são pouco profundos, ácidos e pobres em matéria orgânica. Este terreno severo incentiva as videiras a desenvolver raízes profundas e a gerar uvas mais pequenas e altamente concentradas que transmitem aos vinhos do Dão a sua elegância e complexidade características.
A maioria dos vinhedos está situada a altitudes entre os 400 e os 500 metros, mas podem alcançar a cota dos 800 metros.
O Dão é origem de uma impressionante diversidade de castas autóctones. Celebradas por produzirem tintos e brancos excecionais, a Encruzado e a Touriga Nacional são as protagonistas principais da região. Outras castas tintas notáveis incluem Tinta Roriz, Jaen e Alfrocheiro Preto, enquanto a Malvasia Fina e a Bical também se fazem notar na produção de vinhos brancos.
Os vinhos tintos, conhecidos pela sua estrutura e potencial de envelhecimento, evoluíram de estilos tradicionalmente tânicos para expressões mais frutadas, enquanto os brancos se tornaram mais frescos e aromáticos. Em geral, os seus terrenos inclinados no nordeste produzem tintos mais ricos e encorpados.
Historicamente conhecida como o berço da rainha Touriga Nacional, a região tem sido longamente comparada à ‘Borgonha Portuguesa’ pelos seus vinhos equilibrados e longevos.
As vinhas do Dão estão divididas em sete sub-regiões nos distritos de Viseu, Guarda e Coimbra. Cada uma exibe ligeiras variações no terroir, algo que concorre para enriquecer ainda mais o invejável mosaico de perfis vínicos da região.
Com um legado que remonta à pré-história, a região do Dão evoluiu no último século de uma produção dominada por cooperativas para uma produção com foco em vinhos de alta qualidade em menor escala. O movimento foi liderado por produtores e enólogos independentes, tal como sucede com a Quinta da Alameda.
Hoje, os vinhos do Dão continuam a atrair reconhecimento nacional e internacional. São particularmente valorizados pela sua extrema elegância e pela materialização de uma verdadeira alquimia de terra, tradição e mestria enológica.